STF acata pedido da PF de prisão preventiva do homem que ameaçou ministros do STF
- Folha Notícias
- 1 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
Pedido foi analisado pelo ministro Alexandre de Moraes

O homem que se intitula terapeuta e ameaçou em redes sociais ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos do PT teve convertida a prisão temporária em prisão preventiva, no inicio da manhã desta segunda-feira (1), pelo ministro Alexandre de Moraes, que atendeu ao pedido feito pela Polícia Federal.

O pedido de prisão preventiva havia sido feito pelo delegado da PF Fábio Alvarez Shor. O militante de direita Ivan Rejane Fonte Boa Pinto disse que caçaria a esquerda brasileira e penduraria ministros do Supremo "de cabeça para baixo" e por isso foi detido temporariamente em Belo Horizonte.

Com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o militante Ivan Rejane pode ficar preso por prazo indeterminado. Ele deveria ter sido solto no último sábado (30), quando acabou o prazo de cinco dias de sua prisão temporária, mas isso não aconteceu. A PF é de opinião que ele representa perigo à sociedade, se for posto em liberdade.
No vídeo intitulado “7 de Setembro de 2022”, Ivan fala que mesmo que Lula ande “armado até o talo” ele e a direita “vão caçar o ex-presidente e Gleisi Hofmann”. Ele também ameaça o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) e aconselha os ministros do STF a saírem do Brasil.

“Principalmente, esses vagabundos do STF. Se eu fosse você, Barroso, Fachin, Fux, Moraes, Lewandowski, Mendes, eu ficava (sic) nos Estados Unidos, na Europa, em Portugal. Até Cármen Lúcia, Rosa Weber. Sumam do Brasil! Nós vamos pendurar vocês de cabeça para baixo [...] Nós, brasileiros, cidadãos de bens (sic), não toleramos”, esbravejou o acusado.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) chegou a pedir ontem, domingo (31) ao ministro Alexandre de Moraes, a transferência de Ivan Rejane para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. A Procuradoria solicitou também que fossem mantidos os bloqueios de seus grupos no Instagram e WhatsApp e de canais administrados por ele em redes sociais, além da proibição de conceder entrevistas, criar listas de transmissão e proferir discursos de ódio e de grave ameaça a ministros do STF ou agentes políticos.

O delegado Fábio Alvarez, no entanto, manteve o pedido de prisão preventiva de Ivan, alegando que este representa risco à ordem pública. Segundo o delegado, outras medidas que não sejam a prisão preventiva não seriam eficazes, porque há potencial continuidade de delitos de ameaças ao Judiciário e ao Estado democrático de Direito. O delegado diz que uma decisão contrária poderia passar “uma mensagem equivocada de que as condutas praticadas por Ivan Rejane são toleradas pelo Estado”.
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