Plantas medicinais têm benefícios comprovados
- Folha Notícias
- 4 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Mas têm que ser consumidas com orientação profissional

O uso de plantas medicinais, uma tradição presente na história dos povos da Amazônia, conta com uma legislação embasada em pesquisas científicas, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituída pelo Ministério da Saúde (MS) e órgãos que trabalham de modo integrado a fim de resgatar, valorizar e confirmar a pertinência e a segurança desses “remédios naturais”.
No Pará, a Emater acompanha mais de 50 mil famílias em todos os 144 municípios, com ênfase nas regiões do Marajó e Oeste, a partir de cultivos domésticos ou comerciais que correspondem às atuais 540 espécies cadastradas no estado, de acordo com o IBGE.
O engenheiro agrônomo da Emater, Eduardo Benício Gomes, titular de estratégias sobre plantas medicinais e fitoterapia, explicou que as plantas medicinais já são preservadas como práticas integrativas pelo SUS. Ele ressalva, porém, que é necessário cautela com prescrição e posologia porque os medicamentos da natureza, em dose e para a doença errada, podem fazer mal: “O agricultor atendido comercializa e o técnico da Emater, bem habilitado ,acompanha apenas conhecendo a planta, tendo certeza da espécie. Quando o produto, in natura ou beneficiado, chega às mãos do consumidor, ele deve ingerir com segurança de dose, de interação medicamentosa, de perfil de idade”, diz.
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Ele alerta também para as fraudes: “não compre de quem você não conhece, misturas então nem pensar. Não coma nada se você não tiver certeza. Há fraudes de adição de óleo de cozinha e até de óleo diesel em óleos essenciais, como na copaíba. Andiroba, por exemplo, quanto mais esverdeada, melhor”, detalha.

A Emater está atualizando seu programa de gestão de ações quanto a plantas medicinais e fitoterapia e deve anunciar, ainda neste semestre, novas atividades para o estado inteiro, com implantação de hortos e cronograma de treinamentos.
O cirurgião Rafael Garcia, coordenador geral de serviço de fígado da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) e coordenador do Centro Estadual de Referência de Doenças do Fígado, adverte, porém, que qualquer composto químico acaba sendo potencialmente tóxico para o fígado. No caso, substâncias de origem vegetal apresentam grande perigo, inclusive com várias espécies implicadas em lesões graves.
Se a pessoa quiser consumir, recomenda Rafael Garcia, é imprescindível procurar um médico previamente, em especial quando houver doença crônica, como diabetes e hipertensão: “Antes de associar algum tratamento alternativo, deve-se discutir essa intenção com o médico”, reitera.
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Cultivo
No assentamento 5 de Outubro, em Castanhal, no Sítio Oliveira, há a “Casa das Mulheres’. A propriedade de seis hectares é referência em plantio medicinal comercial: são 38 variedades, as quais resultam em xaropes e garrafadas. Atendida pelo escritório da Emater em Castanhal, os proprietários têm planos de expandir a comercialização. “Vendemos as mudinhas e ensinamos a fazer o chá. Para o xarope, pomos o mel que nós próprias produzimos. Quando estávamos desistindo desse mercado, a Emater mudou nosso quadro porque nos abriu as portas de feiras agropecuárias”, explica Gilcely Lima, uma das sócias do empreendimento.
Texto: Aline Miranda/ Emater, com informações de Márcio Bastos/ Santa Casa












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