Pará vai combater doença causada por maruim
- Folha Notícias
- 28 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
A Febre de Oropouche causa febre, dores na cabeça, articulações e músculos, e fotofobia
O Pará é o primeiro estado brasileiro a implantar oficialmente a Vigilância Epidemiológica da Febre de Oroupoche, doença causada pelo vírus de mesmo nome, transmitida pelo mosquito conhecido como maruim. A informação foi divulgada, nesta terça-feira (27), pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

O Vírus Oropouche (Orov) é um arbovírus que circula na América Central e América do Sul, tendo causado mais de 30 epidemias e mais de meio milhão de casos clínicos da doença, a maioria no Brasil, desde sua descoberta nos anos 1960.
Conforme estudos científicos, o Pará é o estado com maiores evidências da presença do Orov, estando presente em 39 dos 144 municípios, incidência muito maior que no Amazonas, por exemplo, que está enfrentando uma grande onda da doença. Daí a importância de o governo do Estado, por meio da Sespa, priorizar a vigilância desse arbovírus em território paraense.

Incidência - Segundo a diretora do Departamento de Controle de Endemias, Adriana Tapajós, nos anos de 2021 e 2022 o Instituto Evandro Chagas detectou 121 casos positivos, com detecção de anticorpo da classe IgM para o Orov, indicativo de infecção recente pelo vírus.
Transmissão - O principal vetor no ciclo urbano é o mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim, mas também pode ser transmitido pelo mosquito Culex quinquefasciatus, o carapanã comum. Já no ciclo silvestre, diversos mosquitos do gênero Culicoides, e das espécies Coquillettidia venezuelensis, Culex quinquefasciatus e Ae. Serratus, juntamente com seus hospedeiros vertebrados (humanos, aves, preguiças e macacos), garantem a manutenção do vírus na natureza.

Sinais e sintomas - Os principais sinais e sintomas da febre de Oropouche são quadro febril agudo, dor de cabeça, dor nas articulações e músculos, fotofobia e outras manifestações sistêmicas. Alguns pacientes raramente podem apresentar manifestações neurológicas.
Conforme Adriana Tapajós, a fase aguda da doença geralmente varia de dois a sete dias. “Em alguns casos, os sintomas costumam reaparecer entre dois e dez dias após o término do primeiro episódio febril. No entanto, os sintomas geralmente são menos graves, e os pacientes se recuperam completamente sem sequelas, mesmo em casos graves”, ressaltou.
Prevenção - De acordo com a coordenadora de Entomologia, Bárbara Almeida, a vigilância de vetores para arbovírus ainda é uma das medidas mais eficazes para identificar e evitar possíveis surtos de doenças transmitidas por insetos.
Quanto às medidas que podem ser adotadas pela população para controle da proliferação dos mosquitos, Bárbara Almeida apontou a limpeza de terrenos, quintais e outros ambientes que possam contribuir para a proliferação do vetor, manejo ambiental e proteções individuais, como uso de repelente.
Serviço: Para solicitar orientações e denunciar existência de possíveis criadouros de mosquito, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde.
Agência Pará
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