COAF aponta que PM ligado a Antonio Doido sacou quase 50 milhões de reais
- Folha Notícias
- 8 de jul.
- 3 min de leitura
PGR suspeita de lavagem de dinheiro público

Está repercutindo nacionalmente o caso do PM Galhardo preso pela Policia Federal, , depois de sacar quase 50 milhões de reais em dinheiro vivo por ordem do deputado federal Antonio Doido. A coluna do jornalista Fábio Serapião, publicada no site Metrópoles, publicou matéria informando que Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) comprovam que o policial sacou ao menos R$ 48 milhões em dinheiro vivo, que seriam utilizados para pagamento de propina e compra de votos nas eleições de 2024.
De acordo com o Metrópoles, os R$ 48 milhões "foram sacados em 15 oportunidades em duas agências do Banco do Brasil nas cidade de São Miguel do Guama e de Castanhal, no Pará".
A Procuradoria-Geral da República investiga a relação do deputado Antonio Doido com o policial Francisco Galhardo e os saques milionários feitos por ele.
O tenente Francisco Galhardo foi preso pela Polícia Federal em outubro de 2024, dois dias antes do 1º turno das eleições municipais, ao sacar R$ 5 milhões em Castanhal (PA). A PF encontrou uma série de conversas no celular do policial.
Conforme o Metrópoles, as conversas e "os dados enviados pelo Coaf revelaram um organizado esquema de saques milionários e posterior transporte de valores que os investigadores suspeitam serem do deputado Antonio Doido".
O jornalista Fábio Serapião informa ainda que "em algumas delas, o próprio Antonio Doido aparece dando ordens de valores a serem entregues ou é citado pelo PM como ordenador dos pagamentos. No saque de R$ 5 milhões que resultou na prisão do PM, por exemplo, há uma mensagem do deputado ordenando a entrega de R$ 380 mil para uma pessoa de nome Geremias".
O mesmo Geremia, conforme a PF, falou com Francisco Galhardo por mensagem no dia do saque. Às 11h47 ele envia ao PM: Seu Antônio mandou pegar um dinheiro contigo em Castanhal ai. É.. que horas eu posso te encontrar em Castanhal ai?”.
Horas depois, às 14h20, o PM manda mensagem para o deputado: “Entregar quanto para o neguinho?”. E o deputado responde: “380k”.
Ao fazer o flagrante da apreensão dos R$ 5 milhões, a PF encontrou cerca de R$ 4,6 milhões com um homem dentro da agência do banco. Outros R$ 380 mil, valor citado na mensagem de Antonio Doido, foram encontrados em um carro na porta da agência em que estavam o tal Geremias e o PM Francisco Galhardo.
O Metrópoles relembra ainda a prisão, pela PF, em janeiro de 2025, de um assessor direto do deputado Antonio Doido. Na ocasião, foi apreendido R$ 1,1 milhão.
A PGR abriu uma investigação para apurar a relação do deputado Antonio Doido com os saques milionários. A suspeita é que os valores sejam frutos de desvios de dinheiro público.
A PGR acredita que existem indícios de “crimes potencialmente associados ao exercício do mandato de Deputado Federal, envolvendo o desvio de recursos oriundos de contratos públicos e a subsequente lavagem desses valores”. Haveria ainda o “cometimento de delitos eleitorais e transgressões contra o sistema financeiro nacional.”
Para a PGR, o grupo liderado pelo deputado Antonio Doido “utiliza um complexo sofisticado mecanismo de lavagem de dinheiro, proveniente de desvios de recursos públicos, mediante o suposto pagamento de vantagens indevidas para servidores públicos”.
Defesa
Para o site Metrópoles, a defesa do Deputado Antonio Doido disse em nota que “repudia o vazamento de informações sigilosas de investigações em curso no STF e adotará medidas destinadas à responsabilização dos responsáveis pelo criminoso vazamento.”
“Acerca dos questionamentos formulados, todos eles são fruto de ilações e já foram devidamente esclarecidos nos autos. O Deputado já se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos solicitados e tem tranquilidade em relação a todos os atos por ele praticados no curso do seu mandato parlamentar”, disse a defesa do parlamentar.
Esta reportagem foi produzida com base em informações originalmente publicadas pelo site Metrópoles.








Comentários